Unidades Funcionais e Maturação Cerebral
A teoria de Luria das 3 unidades funcionais é de grande utilidade para a análise de qualquer tipo de atividade mental (Glossman, 2004):
-A Primeira Unidade: inclui o tronco cerebral, os gânglios da base e o sistema límbico. Regula o controlo do tónus, vigília e estado mental. Através de uma relação dupla recíproca com o córtex, proporciona um nível ótimo de ativação de outras estruturas cerebrais (Cérebro Desperto).
- A Segunda Unidade: ocupa a região posterior das superfícies laterais e consiste nos lobos occipital, temporal e parietal. A sua função é a receção, análise, armazenamento da informação, tendo três tipos de inpusts: audição, visão, sensação tátil cinestésica. Processa informações que entram ou preparam programas para ação (Cérebro Informado).
- A Terceira Unidade: inclui o lobo frontal, responsável pela programação, regulação e controlo e verificação das ações humanas. Responsável pela participação integrativa de variadas áreas (Cérebro Programador).
Estima-se que o cérebro possui cem biliões de neurónios e cada neurónio estabelece em média de dez mil conexões. Um neurónio envia um impulso elétrico através do seu longo axónio, este liberta um neurotransmissor que age nas sinapses, que são o ponto de junção do neurónio com outra célula. Devido às interligações semelhantes à teia de uma aranha, a ativação de um neurónio pode influenciar 3 vezes média de dez mil neurónios nas extremidades recetoras (Siegel, 1999). A ativação dos percursos neuronais influencia diretamente a forma como as ligações são realizadas no interior do cérebro. Os genes e as primeiras experiências determinam o modo como os neurónios se ligam uns aos outros e, assim, formam os circuitos especializados que dão origem aos processos mentais.
Carla Oliveira
Psicóloga | Especialista em Psicoterapia e Neuropsicologia Pediátrica